quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Recife, Hoje é 17 de novembro.
Como vão as coisas? Eu bem me lembro e me sento pra escrever pra você.
Eu mudei de casa, você não soube disso, nem das outras coisas, como vai meu filho.
Faz tempo que eu me perdi de você. Guardo pra te dar as cartas que eu não mando.
Conto por contar e deixo em algum canto. Eu vi alguns amigos tropeçando pela vida,
andei por tantas ruas, são estórias esquecidas que um dia eu quis contar pra você.Eu fico imaginando sua casa, seus amigos, com quem você vai se deita, quem te dá abrigo.E eu me lembro que eu já contei com você. As pilhas de envelopes já não cabem nos armários.
Vão tomando espaço do meu ser imaginário. Fazem montes pela sala e hoje são a minha cama, minha mesa, meus lençóis e eu me visto de saudade do que já não somos nós.

sábado, 12 de novembro de 2011

Às vezes eu quero escrever e não sei por que, pra quê, o quê. Às vezes eu quero desenhar, fotografar ou decorar um texto que eu sei que eu nunca vou usar em um monólogo sequer. É algo que quer sair, mas não tem nada pra sair, não se formou, não se materializou. Não vai se materializar. É bem abstrato - tanto que não explico, não vejo e nem entendo. Eu sinto e mesmo assim não sei. As cores, as pessoas e até mesmo a futura faculdade. Eu sou confusa a respeito de tudo. Eu não sei por que. Se eu entender um dia, eu não vou ser mais eu. Queria ao menos conseguir botar pra fora, descarregar, senão eu fico meio cheia demais e os espaços vazios em mim são preciosos, vazios momentânios. Eu já cheguei a invejar pessoas que são estáveis. Escutar que eu sou super instável é legal só na hora. Depois que eu começo a pensar me parece um tanto fútil. Mas não é culpa minha, eu não consigo me prender. Eu sou solta, mas isso acaba aprisionando algumas vezes. Eu ignoro algumas regras, tem algumas coisas que eu não sei se eu acredito. Não é sempre que é legal ser errada, assim, sabe? Quando eu tinha 7, achava que com 13 passaria. Mesmo com 15, com 18, com 30, com 45... não vai mudar.
 
 E nada disso que eu pensei - e escrevi - faz o menor sentido. Vou continuar mudando sempre sem entender. Vou continuar sempre a mesma.
Apaga todo esse passado, minha mente.
Apaga, que esse meu coração já não sente
Já não bate, só apanha diariamente.

Se acostuma, vista.
Que já não há lucidez que resista
A tantos fins e ingratidão.

Supera, meu eu.
Supera ou pelo menos finja
Entre tantas idas e vindas
Eu prefiro a minha solidão.

Adeus meu bem, estou saíndo desse jogo
Só quero te tirar desse sufoco
Eu estou mesmo precisando respirar
Mas nunca pense que eu fui por não te amar.